A relação da natureza com o ser humano
Desde os primórdios da humanidade, é basicamente resumida em sobreviver as situações adversas que o meio ambiente pode nos oferecer. As questões climáticas levaram-nos a tomar decisões em prol de nossa adaptação à essa nova situação. Com o decorrer da evolução, o objetivo não é mais o de sobreviver, mas sim o de viver com conforto, e um dos tipos mais importantes em nossas vidas é o conforto térmico.
Formas de Estudo
Pode-se estudar esse tópico de duas formas: a primeira sendo em relação aos seres humanos e a segunda voltada para as máquinas de engenharia.
Conforto térmico para o ser humano
Significa uma satisfação física e psicológica em relação a temperatura do ambiente onde se encontram, onde haja um equilíbrio – o qual não se sente nem muito frio e nem muito calor. O organismo humano trabalha para manter a temperatura corporal entre 36 e 37ºC, e para isso estamos em constante troca de calor com o ambiente de diversas formas. Quando essas trocas de calor ocorrem sem muito esforço do organismo, a sensação do indivíduo é de conforto térmico. Junto a isso temos o fator psicológico: se o corpo se sente confortável com a temperatura local, a pessoa se sente mais motivada e tem um melhor desempenho em suas atividades, pois o seu organismo não está trabalhando e gastando esforços para equilibrar a temperatura corporal. Com as constantes mudanças climáticas, a temperatura global vem crescendo significativamente, e consequentemente o investimento em um ambiente bem dimensionado para o conforto térmico se torna uma necessidade para todo e qualquer local de trabalho.
É importante ressaltar que o conforto térmico é garantido pela Norma Regulamentadora Nº17 que estabelece parâmetros para permitir a adaptação das condições de trabalhos às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a alcançar o máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.
Junto a isso, a norma ASHRAE 55 – referência internacional quando se trata da avaliação de conforto térmico em espaços internos – que padroniza o conforto térmico a partir da consideração um valor médio encontrado após observar um número de pessoas em um determinado local. Usa-se uma escala de 7 sensações: -3 (“muito frio”), -2 (“frio”), -1 (“ligeiramente frio”), 0 (“confortável”), +1 (“ligeiramente quente”), +2 (“quente”), +3 (“muito quente”). O objetivo de uma simulação de conforto térmico por meio da norma é de manter os ambientes internos dentro da faixa do nível de conforto entre -0.5 e +0.5: a sensação térmica não pode ultrapassar metade da sensação “ligeiramente frio” ou “ligeiramente calor” para 9% dos ocupantes do local em 98% dos horários em que esta estiver ocupada.
Conforto térmico no contexto de projetos de engenharia
O conforto térmico também existe no contexto de projetos de engenharia, uma vez que qualquer material ou equipamento pode se comportar de formas diferentes quando submetidos a certas temperaturas, de forma positiva ou negativa. Um submarino, por exemplo, comporta diversos equipamentos eletrônicos que dissipam muito calor, portanto é necessário um controle da temperatura para que os equipamentos não se danifiquem em decorrência de uma temperatura elevada (que se somatiza a uma alta umidade a bordo). Dentro dos âmbitos de processos industriais, a temperatura é fator fundamental para que tudo ocorra como o previsto; os materiais e equipamentos precisam trabalhar a temperaturas que estejam indicadas pelos fabricantes, ou sejam, precisam estar confortáveis termicamente para se comportarem de forma adequada e segura. A manutenção da temperatura também gera benefícios como a renovação do ar no ambiente de trabalho, o que é fundamental para locais com poucas saídas de ar ou que sofre com poluição em decorrência da emissão de gases das máquinas.
O conforto térmico é uma necessidade em todos os projetos de engenharia, fundamental para o funcionamento pleno de todas as máquinas e equipamentos do projeto e para um serviço bom e adequado de toda a equipe.